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Abandonando o Trabalho que eu Odiava

Tradução de Abandoning the Work I Hated, de Robert Markowitz, publicado em 20 de agosto de 2015.

Eu era a inveja de meus amigos de 30 e poucos anos em Palo Alto, Califórnia. Tinha meu próprio escritório de advocacia bem na Avenida Califórnia. Pessoas acusadas de crimes me entregavam dinheiro, antecipadamente, por sobre uma grande mesa de carvalho. Vez ou outra, eu fazia uns dois mil dólares numa tarde.

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Posted by on September 29, 2015 in En-Pt

 

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For when I’m gone – Para quando eu me for

Original text in Portuguese, by Rafael Zoehler: Para quando eu me for, published in July, 9.

To die is always a surprise. Always. One never expects it. Not even the terminal patient thinks they’re gonna die today or tomorrow. Next week maybe, but only if next week keeps being next week for ever.

One is never ready. It’s never the time. We’ll never have done everything we wanted to do. The end of life always comes suddenly, making widows weep and boring children who still don’t understand what a funeral is (Thank God).

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Posted by on July 28, 2015 in Pt-En

 

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Não Existem Pulos Fáceis

Tradução de No Easy Jumps, de Dan Edwardes, publicado em 29 de junho de 2015.

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É muito comum para nós, praticantes de parkour, penso, tendo finalmente conseguido realizar um novo salto ou masterizado um novo movimento ou superado um novo desafio no treino, olhar então para trás e comentar: bem, esse foi fácil. E é bom, em certo sentido, ser encorajado por tais realizações e sucessos em nosso treino.

Entretanto, existe um você antes do salto e existe um você depois do salto. E ambos são muito diferentes, embora o salto em si mantenha-se inalterado.

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Posted by on July 14, 2015 in En-Pt, Parkour

 

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Jactância de Quietude – Jorge Luis Borges

Escritas de luz atacam a sombra, mais prodigiosas que meteoros.
A alta cidade irreconhecível se intensifica sobre o campo.
Seguro de minha vida e de minha morte, olho os ambiciosos e quisera
entendê-los.
Seu dia é ávido como o laço no ar.
Sua noite é trégua da ira no ferro, pronto para o ataque.
Falam de humanidade.
Minha humanidade está em sentir que somos vozes de uma mesma
penúria.
Falam de pátria.
Minha pátria é um ganido de violão, uns retratos  e uma velha espada,
a oração clara do salgueiral nos entardereceres.
O tempo está a viver-me.
Mais silencioso que minha sombra, sigo o tropel de sua gula
elevada.
Eles são imprescindíveis, únicos, merecedores do amanhã.
Meu nome é alguém e qualquer um.
Passo com lentidão, como quem vem de tão longe que não espera
chegar.

— Jorge Luis Borges

Não costumo traduzir textos do espanhol, pois não tenho muita experiência com a língua, mas me aventurei com este poema para compartilhar com um amigo. Versão em espanhol (não consigo encontrar com certeza a organização de versos e estrofes, se estiver errada, não foi descuido):

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Posted by on June 25, 2015 in Uncategorized

 

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Como Levantar Grana para a sua Startup

Tradução do infográfico original em inglês How to Raise Money For Your Startup. Originalmente publicado no Startupolitanos – Como levantar grana para a sua startup, em 2012.

Como levantar grana para sua startup

 
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Posted by on June 13, 2015 in Empreendedorismo, En-Pt

 

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Movendo-se Através do Medo (Moving Through Fear)

Tradução de Moving Through Fear, de Dan Edwardes, originalmente publicado em 18 de junho de 2013

dan_batman-jumpSão os pequenos medos que silenciosamente roubam nossas vidas. As grandes preocupações – morte, perda, o significado da existência… essas coisas, no geral, nós podemos ignorar, e de fato ignoramos, na maior parte de nossos dias. Filósofos e teólogos podem especular e preocupar-se com os detalhes de tais imponderáveis, mas a maioria de nós não tem o tempo, ou a inclinação, ou talvez tenha simplesmente sorte de não sofrer com o fardo do excesso de curiosidade. E alguns medos são racionais, é claro, e podem ser aliados de nossas vidas; o medo que aguça nossa percepção em uma parte escura da cidade, por exemplo, ou o medo de cair que sentimos de repente quando paramos muito próximos à borda de um precipício em um dia com muito vento. Read the rest of this entry »

 
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Posted by on June 11, 2015 in En-Pt, Parkour

 

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O Alvorecer da Tempestade

Tradução de um conto ambientado em Rokugan, o mundo do Rpg e card game Legend of the Five Rings. Aqui pode ser encontrado o site oficial da empresa criadora, a AEG, neste link está o conto original e neste aqui tem o endereço da editora New Order, que está trazendo os livros do RPG para português.

Yoritomo, primeiro campeão do Grande Clã do Louva-a-Deus

Yoritomo, primeiro campeão do Grande Clã do Louva-a-Deus

O Alvorecer da Tempestade

A terra agitava-se a cada onda de tremores e as altas torres do Kyuden(1) Louva-a-Deus erguiam-se como carvalhos em uma tempestade. Abaixo delas, camponeses apressados lutavam para proteger da fome da terra tesouros incalculáveis, seus gritos e orações para as Sete Fortunas alçando-se em direção ao sol. Então, com um estalido aterrorizante, um dos pilares do portão do castelo se soltou, sendo lançado violentamente em direção ao chão e partindo-se em um milhar de pedras contra a fúria do terremoto.

Tão rápido quanto começara, acabou. O firmamento inquieto estremeceu mais uma vez e um rangido surgiu das fendas recém abertas, deixando escapar gases fétidos e uma fumaça acre. O clã do Louva-a-Deus se levantou, contou os seus mortos e então começou o árduo processo de reconstruir o que havia sido perdido. Focos de incêndio queimavam livremente nas vilas litorâneas e barcos de pescadores balançavam no oceano turbulento, desesperados para alcançar suas casas. Nos campos próximos ao grande palácio, havia um garoto embaixo de uma árvore oscilante, assistindo os últimos arquejos de raiva que se convulsionavam ao longo dos arrozais de seu pai. Ele tinha dez anos de idade, era tão magro e alto quanto um adolescente, e a amargura já havia se entranhado em suas feições infantis. Com uma mão desleixada, ele afastou uma mecha de cabelo que havia caído sobre seus olhos, prometendo mais uma vez amarrar o cabelo para trás como o seu pai fazia –não importando o que o shugenja(2) havia dito sobre isso. Ele olhou com raiva para a árvore que ainda balançava e se virou para continuar seu caminho em direção ao dojo do Louva-a-Deus. Dez anos e repleto de raiva.

Cada golpe da boken(3) do sensei(4) contra a sua própria espada de bambu era uma ofensa. Cada movimento que o outro fazia, cada piscar de olhos enfurecia o jovem, fazendo com que se empenhasse ainda mais. Finalmente, com esforço, sua espada de madeira ressoou além da guarda do instrutor, quebrando-se contra o corpo do sensei. O homem caiu com um grito de dor e o filho do daimyo(5) do Louva-a-Deus se ergueu sobre ele, a espada quebrada apontava para a garganta de seu sensei.

– Yoritomo.

Era a voz de seu pai, atrás dele, mas o garoto não se mexeu. Ferozes e perigosos, seus olhos se enterravam na alma fraca do sensei. Read the rest of this entry »

 
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Posted by on May 13, 2015 in En-Pt

 

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Consentimento: não é tão complicado assim (Consent: Not actually that complicated)

Consentimento.

Isso tem sido muito discutido recentemente; o que há com colegas de campi introduzindo regras sobre Consentimento Afirmativo, e com o filme do livro que conseguiu fazer falta de consentimento parecer sexy sendo sucesso de bilheteria? Você talvez não saiba disso, mas no Reino Unido nós meio que já temos algo similar ao “consentimento afirmativo”. Foi como Ched Evans foi condenado enquanto seu corréu não foi – e segue a linha de se o réu tinha uma crença razoável de que a suposta vítima consentira [com o ato sexual]. Pelos documentos do tribunal parece que, enquanto o júri sentiu que era razoável acreditar que a vítima havia consentido no intercurso com o corréu, não era razoável acreditar que ela haveria consentido no intercurso com um cara aleatório que apareceu no meio da coisa (Evans). O problema no Reino Unido não está, tradicionalmente, no modo como o caso é tratado nos tribunais, mas em como foi investigado – novas orientações foram publicadas recentemente para tentar melhorar isso. Read the rest of this entry »

 
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Posted by on April 30, 2015 in cultura do estupro, En-Pt, opinião

 

A tale by Eduardo Galeano

On foretimes, Don Verídico sowed houses and folks around El Resorte tavern, so the tavern wouldn’t feel lonely. This tale happened, they say, on the village born by him.

And people say that there was a treasure there, hidden in the house of a scoundrel old man. Once a month, the little shabby man, who was in the twilight of his life, would get up and see for his pension.

Taking advantage of the absence, some thieves, came from Montevideo, broke into his house. The thieves searched and searched for the treasure in every corner. The only thing they found was a wooden trunk, covered with rags, in a corner of the basement. The tremendous lock that guarded it resisted, unbeaten, the picklocks attacks.

So, they took the trunk. When they finally managed to open it, far away, they discovered that it was full of letters. They were love letters the old man had received throughout his long life.

The burglars were going to burn the letters. They argued. At last, they decided by returning them. One by one. One letter each week.

Since then, at midday every Monday, the old man would sit up on the hill. There he waited for the mailman to show up in the road. The horse barely seen, fat with saddlebags, among the trees, the aged man would start a reckless rush. The mailman, who already knew, had the old man letter in his hands.

And even San Pedro could hear the drumming of that heart frenzied by happiness for receiving woman’s words.

Eduardo Galeano, free translation from Portuguese, from The Book of Embraces (O livro dos abraços)

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Galeano is a tough one to translate. His use of language and words is very peculiar, molding its’ conjugations and forms at his own will and poetry. The original is beautiful, but when I tried to translate this into English I felt I’d need a lot of liberties, flexible mind and knowledge of both languages in order to make it work. Because depending on how formally you read it, even the originals wouldn’t make sense.

 
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Posted by on March 29, 2015 in Pt-En

 

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Uma esposinha obediente – A Good Little Wife

Mais uma tradução de um conto ambientado em Rokugan, o mundo do Rpg e card game Legend of the Five Rings. Aqui pode ser encontrado o site oficial da empresa criadora, a AEG, neste link está o conto original e neste aqui tem o endereço da editora New Order, que está trazendo os livros do RPG para português.

Ilustração de Hida O-Ushi

Ilustração de Hida O-Ushi

Uma Esposinha Obediente

– Casamento?!

O guincho trovejou como um martelo descendo sobre um mar de cerâmicas quebradas em uma planície deserta. Assustada, uma criada se encolheu de medo ao lado da porta de correr semi-destruída. Outra tigela sukizuki atravessou a fina camada de papel de arroz da entrada e dois guardas no corredor se abaixaram para evitar o objeto.

Após alguns minutos, uma irada Hida O-Ushi passou pelos guardas amarrando firmemente um elmo sobre seus longos cabelos negros. Enquanto passava pelos samurai, que se apressaram em saudá-la com reverências, ela rugiu:

– Se meu irmão mandar alguém me procurar, diga que eu estou nas Terras Sombrias limpando um pouco de lixo.

Os samurai do Caranguejo não se mexeram até que O-Ushi estivesse no fim do corredor, com suas botas encouraçadas ressoando sobre o piso de mogno como os golpes de um ferreiro em sua forja. Quando ela já estava longe, os guardas tiraram os olhos do chão, finalmente terminando suas reverências, e olharam para a costas da guerreira.

– Hoje – murmurou um deles – eu quase posso sentir pena dos goblins.

No topo dos elevados parapeitos da Muralha Kaiu, resistindo aos ventos mordentes, Hida Yakamo observava a terra alquebrada que lhe pertencia. Ramos retorcidos, árvores esquálidas e rios enegrecidos; ele conhecera a todos. Ele enfrentara todos.

Seus olhos frios e castanhos estavam postos sobre uma figura solitária que se movia em direção aos grandes portões, uma figura que trajava uma armadura surrada. Uma Garça espreitava por cima dos ombros largos do Campeão do Clã Caranguejo e acabou enxergando o samurai recém chegado.

– Sua irmã, finalmente, Yakamo-sama? – Daidoji Uji, o samurai do Clã da Garça, perguntou, sorrindo. A única resposta de Yakamo foi um aceno com a cabeça.

Ao se aproximar da muralha, O-Ushi encontrou-se com um grupo de batedores Hiruma que, munidos de armas e armaduras leves, se preparavam para sair.  O zumbido de suas vozes ecoava pelas pedras mais altas da muralha, e Yakamo podia ouvir os vivas e gracejos que os batedores bradavam enquanto sua irmã balançava a imensa cabeça de um Oni como que em uma saudação.

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Posted by on March 8, 2015 in En-Pt

 

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